Pensamentos do milênio

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segunda-feira, 25 de março de 2013

Furnas enche reservatorio

6/02/2013 - Furnas inicia enchimento do reservatório da AHE de Simplício

São 93.962 m3 de concreto utilizados na construção da obra, quantidade suficiente para erguer três Maracanãs.
Furnas deu um importante passo para reforçar o sistema elétrico brasileiro de forma significativa, a fim de atender à crescente demanda por energia no País: o Aproveitamento Hidrelétrico de Simplício (AHE Simplício), localizado no rio Paraíba do Sul, entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, iniciou no último sábado, 23/02, o enchimento do seu reservatório. O empreendimento possui capacidade para gerar 333,7 MW de energia e abastecer uma cidade de 800 mil habitantes.
“Simplício é uma das mais desafiadoras obras da engenharia brasileira e muito estratégica por sua proximidade com centros de consumo. Com o início da operação da usina, quem ganhará é a sociedade brasileira, que é atendida por um sistema cada vez mais robusto”, afirma Flavio Decat, presidente de Furnas.

Com as vazões observadas recentemente, o enchimento deve durar cerca de 26 dias. Considerando este cenário, a previsão de entrada em operação da primeira unidade geradora é em meados de abril deste ano.
Desafio da engenharia

O AHE Simplício é um projeto único na história de Furnas. Para evitar a inundação de uma extensa área urbana e de terras cultiváveis, o projeto conta com um conjunto de canais, túneis, diques e reservatórios que desviaram parte do rio por 30km. Graças a este circuito hidráulico, que aproveita o desnível de 115 m existente no relevo local para garantir a potência instalada do empreendimento, o AHE Simplício apresenta uma relação entre área inundada e potência de apenas 0,05 km2/MW, uma das menores do mundo.
A grandiosidade do empreendimento está expressa em seus números. Os 93.962 m3 de concreto utilizados na construção da obra são suficientes para erguer três Maracanãs. Já as 78 mil toneladas de aço empregadas no AHE Simplício correspondem a uma vez e meia a quantidade utilizada na Ponte Rio-Niterói. De escavação, foram 12,8 milhões de m3 em solo e 4,6 milhões de m3 em rocha.
As obras do AHE Simplício geraram, em seu pico, 4,8 mil empregos diretos. Desde seu início, em 2007, o projeto repassou mais de R$ 33,5 milhões em Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) aos municípios abrangidos pelo empreendimento, principalmente Sapucaia e Três Rios (RJ) e Além Paraíba e Chiador (MG).
Quando estiver produzindo energia, o AHE Simplício auxiliará o desenvolvimento econômico regional também por meio da Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH), uma espécie de “royalty” pelo uso da água. Os recursos da CFURH são distribuídos entre órgãos da União (10%), estados (45%) e municípios (45%).
Meio ambiente
Parte do sistema de tratamento de esgoto, uma das condicionantes da Licença de Instalação que inclui três estações de tratamento de esgoto (ETEs) nas localidades de Sapucaia, Anta e Sapucaia de Minas e 25 km de redes coletoras, está operando desde dezembro do ano passado. As cerca de mil residências e imóveis comerciais já estão ligados à estrutura, que tem capacidade para tratar mais de três milhões de litros de esgoto por dia, podendo beneficiar, no futuro, até 30 mil pessoas.

Uma liminar concedida aos Ministérios públicos Federal e Estadual (RJ), no entanto, impedia o enchimento do reservatório desde março de 2012. Após acordo entre Furnas e o Ministério Público Federal, na última sexta-feira (22/02), foi possível aproveitar a janela hidrológica – o período de cheia que vai até abril, e, consequentemente, iniciar o enchimento do reservatório.
Furnas também construiu e está operando um aterro sanitário no município de Sapucaia. O local recebeu os dejetos que se acumulavam durante anos, a céu aberto, na margem do rio Paraíba do Sul. O aterro sanitário funciona desde 2010 e recebe, atualmente, cerca de 12 toneladas de lixo por dia. A disposição correta do lixo preserva o solo e livra o lençol freático de contaminação.
Na área ambiental, Furnas desenvolve ainda 38 programas e subprogramas para minimizar os impactos provocados. Algumas destas ações são o monitoramento e resgate da fauna e da ictiofauna (peixes), recomposição da vegetação (1.200 hectares serão reflorestados, contra cerca de 300 que tiveram sua vegetação suprimida), a recuperação de áreas degradadas e o salvamento do patrimônio arqueológico.
Desenvolvimento regional e humano
A construção do AHE Simplício significou também cidadania e qualidade de vida para 21 famílias que residiam de forma precária na área de preservação permanente (APP) do reservatório principal do empreendimento. Em novembro de 2012, elas receberam suas novas casas, de dois e três quartos, com área total de 77 m2 e 85 m2, num loteamento implantado a poucos metros de seu antigo local de residência.
O Novo Bairro 21, no distrito de Bemposta, Três Rios, conta com praças, escola e igreja. Sua infraestrutura urbana é composta por rede de água com poço artesiano e reservatório, rede coletora e estação de tratamento de esgoto, rede de drenagem de águas pluviais, ruas asfaltadas e iluminação pública.
Fonte: UltimoInstante

segunda-feira, 18 de março de 2013

Exterminio de Caes em Bicas

18 de Março de 2013 - 19:20

Cerca de 80 animais já foram mortos após comerem pães e carnes com veneno; Polícia Civil e Ministério Público investigam os casos, mas nenhum suspeito ainda foi encontrado

Por Guilherme Arêas
Corrigida às 20h12
O extermínio de cães no município de Bicas, a 40 quilômetros de Juiz de Fora, está mobilizando a população local, de pouco mais de 13 mil habitantes. Em um período de um mês e meio, segundo a Secretaria de Meio Ambiente da cidade, foram quase 80 animais mortos após comerem alimentos envenenados. As ações criminosas, que antes restringiam-se aos cachorros de rua, estão vitimando também os domésticos. Em um único dia, o caminhão de lixo da Prefeitura teria recolhido 18 animais mortos. A Polícia Militar registrou dezenas de boletins de ocorrência, mas até agora nenhum suspeito foi localizado. A própria população conseguiu apreender pães que continham um líquido rosa em seu interior, provavelmente o veneno, jogados a animais de rua. Também há relatos de moradores que viram cachorros morrerem após comer um bolo de carne moída recheado com um produto branco. Outras formas de envenenamento estão sendo analisadas.
(A população de Bicas é de 13.653 habitantes, conforme o último censo do IBGE de 2010, e não de cem mil, como foi informado anteriormente)
"Os animais morrem em, no máximo, 20 minutos", diz a fundadora e presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Bicas, Eliane Cristina Schettino Coelho. "Sensibilizados, vários moradores estão atuando como olheiros, principalmente durante as madrugadas, na tentativa de identificar o criminoso. No domingo retrasado, houve uma matança absurda. Peguei algumas injeções e saí aplicando nos cachorros atacados. Alguns eu consegui salvar; a maioria, não", conta Eliane. Segundo ela, a população biquense está mobilizada com os casos, que têm ocorrido com mais frequência durante os finais de semana. "O programa 'Boca no trombone', da Rádio Nossa FM, está dedicando atenção especial ao assunto. Vários ouvintes ligam chorando, pois perderam seus animais. Uma mãe enviou uma carta à rádio relatando que o filho adoeceu depois que mataram o cachorro da família."
Nas redes sociais, a mobilização também ganha força. Na página no Facebook "Direito dos animais", a imagem dos pães envenenados e de um cão morto no meio da rua foi compartilhada por mais de 17 mil pessoas em pouco mais de 18 horas. A família do fotógrafo Ricardo Rossi foi uma das afetadas pelos ataques. O vira-lata do cunhado dele morreu na última sexta-feira. "Ele estava na varanda de casa, quando alguém passou e jogou alguma coisa para ele comer. Ele morreu na hora. Era um cachorro que estava há dez anos com a família."
Força-tarefa
Uma espécie de força-tarefa está sendo montada por vários órgãos para tentar identificar o(s) autor(es). A Polícia Civil recolheu os alimentos contaminados, que serão encaminhados para perícia em Juiz de Fora ou em Belo Horizonte. O delegado Sérgio Lana abriu inquérito para investigar o caso e já ouviu cinco donos de animais mortos. Nenhuma informação, no entanto, aponta características do suspeito. "Pelo grande número de casos, é impossível que ninguém tenha visto." A autoridade policial pede que qualquer informação seja passada à Polícia Civil, mesmo que de forma anônima pelo 181 (Disque-Denúncia Unificado - DDU). O laudo técnico da perícia deverá apontar que tipo de substância foi adicionada aos alimentos usados na matança.
A vereadora Beth Gouvêa (PSDB), que está acompanhando o caso de perto, lembra que há cerca de 12 anos, a cidade registrou o extermínio de 120 animais em uma única noite. "Foram dois dias após uma passeata do dia de São Francisco de Assis (comemorado em 4 de outubro). Há cerca de quatro anos tivemos um episódio parecido. Mas, desta vez, o autor desses ataques está desafiando a polícia, o Ministério Público e a Sociedade Protetora dos Animais, pois essas mortes já vêm ocorrendo desde antes do carnaval."
A promotora de Justiça Flávia Maria Carpanez de Mello também está investigando o caso, mas preferiu não passar informações sobre o andamento dos trabalhos. Conforme a secretária municipal de Meio Ambiente de Bicas, Marina de Jesus Afonso, uma reunião na próxima quarta-feira deve orientar os novos rumos do caso. "Precisamos da união de várias forças. A Polícia Militar registrou praticamente um BO para cada morte, mas o culpado ainda não foi encontrado." A lei 9.605/98 prevê detenção e multa a quem maltrata animais. O tempo de prisão pode passar de um ano no caso da morte dos bichos.