Pensamentos do milênio

É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. (Constituição da República Federativa do Brasil, art. 5º, IV e IX.)


"Para que o mal triunfe basta que os bons não façam nada"

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.Cora Coralina.

"A vontade de Deus nunca irá levá-lo aonde a Graça de Deus não irá protegê-lo."

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Primeira Estação Ferroviária de Minas Gerais

E. F. Dom Pedro II (1869-1890)
E. F. Central do Brasil (1890-1960)
E. F. Leopoldina (1960-1975)
RFFSA (1975-1996)
CHIADOR
Município de Chiador, MG
Linha Auxiliar - km 195,497 (1928)   RJ-1267
    Inauguração: 27.07.1869
Uso atual: abandonada e em ruínas   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
HISTORICO DA LINHA: A chamada Linha Auxiliar foi construída pela E. F. Melhoramentos a partir de 1892 e em 1898 foi entregue o trecho entre Mangueira (onde essa linha e a do Centro se separam) e Entre Rios (Três Rios). O traçado da serra, construído em livre aderência e com poucos túneis, foi projetado por Paulo de Frontin, um dos incorporadores da estrada. Em 1903, a E. F. Melhoramentos foi incorporada à E. F. Central do Brasil e passou a se chamar Linha Auxiliar. Ferrovias foram incorporadas a ela, assim como ramais construídos, dando origem à Rede de Viação Fluminense, que tinha como tronco a Linha Auxiliar, sendo tudo gerido pela Central. Na mesma época, o ramal de Porto Novo, que saía de Entre Rios, teve a sua bitola estreitada para métrica e tornou-se a continuação da Linha Auxiliar até Porto Novo, onde se entroncava com a Leopoldina. No final dos anos 1950, este antigo ramal foi incorporado à E. F. Leopoldina e a Linha Auxiliar passou a terminar de novo em Três Rios, onde havia baldeação. A linha, entre o início e a estação de Japeri, onde se encontra com a Linha do Centro pela primeira vez, transformou-se em linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma, a linha se confunde com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba do Sul e Três Rios, onde, devido à diferença de bitolas entre as duas redes, existe bitola mista. Nos anos 60, toda a linha passou para a Leopoldina. A linha da Auxiliar teve o traçado alterado nos anos 1970 quando boa parte dela foi usada para a linha cargueira Japeri-Arará, entre Costa Barros e Japeri, ativa até hoje, bem como para trens metropolitanos entre o Centro e Costa Barros. Entre Japeri e Três Rios, entretanto, a linha está abandonada já desde 1996.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Chiador foi inaugurada em 1869 no antigo povoado de Santo Antonio dos Crioulos. O nome Chiador é atribuído ao chiado que as corredeiras faziam no rio Paraíba e que eram ouvidos por ali - o rio ficava a cerca de 500 metros da estação - no ramal de Porto Novo da E. F. Dom Pedro II. A estação é considerada a primeira inaugurada em solo mineiro (na verdade, a estação de Santa Fé, também no município, tem a mesma data de inauguração), anterior mesmo às estações da linha

ACIMA: A Estação do Chiador localizava-se no município de Mar de Espanha. Pertencia à E. F. Central do Brasil - Ramal de Porto Novo do Cunha. A agência da estação foi criada em 31/05/1880. A mala postal para o Rio de Janeiro - Administração Federal - seguia pela E. F. Central do Brasil - Ramal de Porto Novo - até Entre Rios, atual Três Rios e daí, pela mesma ferrovia, Linha do Centro até o destino (Texto e reprodução: Márcio Protzner, 03/2009).
do Centro da Central do Brasil, aberta um ano mais tarde. Em 1960, como todo o antigo ramal de Porto Novo, a estação passou para o controle da Leopoldina. Apesar de ainda ter uma linha operacional passando por ela - transporta cargueiros de minério - está em ruínas, embora tenha sido tombada em abril de 2003 pelo Patrimônio Histórico do município de Chiador. Está situada a 4,5 km da sede do município, totalmente isolada, o que complica a sua conservação. Mas em tempos não tão remotos, quando ainda funcionavam os trens de passageiros da Central e depois da Leopoldina, a estação era o centro das festas, mesmo sendo tão afastada da cidade, Segundo André Colombo, pesquisador da Fundação Cultural Chico Boticário, sediada em Rio Novo, MG, a

ACIMA: A estação de Chiador quando ainda funcionava e ainda inteira. A foto é de 1948. Existirá ainda o casarão do outro lado da linha, em primeiro plano, nos dias de hoje? (Acervo Edson de Lima Lucas).
estação de Chiador foi construída com recursos do império brasileiro em parceria com companhias inglesas. "Há poucos meses, a prefeitura local demonstrou interesse em adquirir concessão sobre o imóvel, ainda nas mãos da Rede. Segundo informou o assessor de Infra-estrutura e Desenvolvimento da Prefeitura, Jean Carlos Mariota de Araújo, a estação de Chiador encontra-se há anos como está hoje, deteriorando um pouco mais a cada ano e tendo material furtado pelos vizinhos. Enquanto a negociação com o proprietário não sai do papel, o imóvel fica sem cuidados tanto com a restauração quanto com a futura preservação" (A Tribuna de Minas, 6/12/2006). Em 2007, parece que ia. Não foi. Em setembro de 2010, as ruínas só aumentaram.
(Fontes: Edson de Lima Lucas; Márcio Protzner, 2009; Gabriel Antonoff; Jorge Alves Ferreira; Hugo Caramuru; Max Vasconcellos, Vias Brasileiras de Comunicação, 1928; Isaura Rocha, do jornal A Tribuna de Minas, 08/2003; A Tribuna de Minas, 6/12/2006; Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE, 1958; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação em 1956. Foto da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958

A estação, já em ruínas em 1985. Foto Hugo Caramuru

A estação de Chiador, em 03/2002. Foto Jorge Alves Ferreira

A estação de Chiador, em 03/2002. Foto Jorge Alves Ferreira

Ruínas da estação de Chiador, em 03/2002. Foto Jorge Alves Ferreira

Apesar das promessas, em março de 2008, a estação de Chiador...

...continua em ruínas. Fotos Jorge A. Ferreira

A estação ainda em ruínas, setembro de 2010. Foto Gabriel Antonoff

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